Remover barreiras à oferta e à procura teria capacidade para aumentar a trajetória atual em dez vezes, conforme análise da consultora de gestão Oliver Wyman

O mercado global de créditos de remoção de dióxido de carbono (CO2) poderá atingir até US$ 100 bilhões (cerca de R$ 554 bilhões) por ano entre 2030 e 2035, em comparação com os US$ 2,7 bilhões (aproximadamente R$ 15 bilhões) do ano passado, se as barreiras ao seu crescimento forem aliviadas, afirmou um relatório da consultora de gestão Oliver Wyman publicado na quinta-feira (27).
O agravamento da crise climática e os esforços inadequados para reduzir as emissões levaram os cientistas da ONU a estimar que bilhões de toneladas de carbono devem ser removidos da atmosfera anualmente através da utilização da natureza ou da tecnologia para cumprir as metas climáticas globais, explica a Reuters.
A procura de créditos começou a aumentar em setores tão diversos como a tecnologia e as finanças, os produtos químicos e a aviação, mas ainda não é suficientemente grande para impulsionar a escala dos projetos que os especialistas dizem serem necessários, afirma o relatório da Oliver Wyman, da City of London Corporation e do Fórum de Mercados de Carbono do Reino Unido.
As vendas totais de remoções de CO2 foram estimadas em US$ 2,7 bilhões em 2023, segundo o documento, mas poderão crescer até US$ 100 bilhões por ano até 2030-35.
As barreiras ao crescimento do mercado incluem a falta de normas universalmente acordadas sobre créditos de remoção de CO2 e a falta de orientação sobre como as remoções podem ser utilizadas para ajudar a cumprir as metas climáticas. Com as atuais taxas de crescimento entre 2020-2023, espera-se que o mercado atinja o valor comparativamente baixo de US$ 10 bilhões por ano até 2030-2035, afirma o relatório.
Globalmente, a consultora estima que foram investidos US$ 32 bilhões em projetos de remoção de dióxido de carbono, dos quais US$ 21 bilhões em soluções de engenharia, como projetos de captura direta de ar, que sugam CO2 da atmosfera, e US$ 11 bilhões em soluções baseadas na natureza, como o plantio de árvores.
Os críticos da utilização de remoções de carbono alertam que focar demasiado na sua utilização pode dissuadir as empresas de reduzirem as suas emissões tanto quanto possível.