A mensagem veio pelo WhatsApp do principal negociador de um dos países mais poderosos presentes à COP29, no Azerbaijão. Ele pediu que eu fosse conversar com ele.
Enquanto os membros da sua equipe comiam pizza, curvados sobre os computadores, ele estava enfurecido com a postura obstrucionista de vários outros países durante a conferência.
Até aqui, nada de incomum. Outras pessoas expressaram suas versões particulares da mesma situação durante toda a semana. Que esta é a pior COP da história; que os textos negociados deveriam ser reduzidos à medida que se aproximavam os prazos, mas, na verdade, estavam ficando maiores; que a COP na sua forma atual pode naufragar…
Pairando sobre tudo aquilo, estava a perspectiva de que o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, poderá vir a retirar o seu país do processo das COPs, quando tomar posse para o seu segundo mandato, no dia 20 de janeiro.
Trump já chamou as ações climáticas de “fraude”. E, na comemoração da sua vitória em West Palm Beach, no Estado americano da Flórida, o presidente eleito prometeu ampliar a produção de petróleo dos Estados Unidos, ultrapassando seus recordes atuais.